Com certeza você já ouviu falar sobre tendinite, a inflamação dos tendões que causa dor, inchaço e edema na região afetada, tendo o auge dos seus sintomas à noite.
Mas e quanto à tendinite calcária? Essa condição afeta os ombros, onde ocorre uma calcificação do tendão.
É muito comum entre pessoas do sexo feminino na faixa dos 40 anos de idade e pode ser diagnosticada através de exames por imagem.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre a tendinite calcária, seus sintomas e forma de tratamento, acompanhe nosso artigo e fique informado(a)!
A tendinite calcária é um tipo diferente de tendinite que afeta diretamente o manguito rotador, localizado no ombro.
Nessa condição, são depositados pequenos fragmentos de cálcio no interior dos tendões do manguito rotador, sendo mais comum no tendão supraespinhal.
A tendinite calcária apresenta diferentes fases. Na fase inicial, de formação, a calcificação é densa e muitas vezes o paciente é assintomático.
Já na fase de reabsorção, a calcificação se torna menos densa, tendo aspecto enevoado. Nessa fase, surgem os sintomas mais intensos.
Geralmente ela acomete apenas um ombro, sendo mais comum no lado direito. Entretanto, em 10% dos casos podem ocorrer em ambos os ombros.
Como foi dito anteriormente, a tendinite calcária acontece devido a um acúmulo de sais de cálcio no tendão do manguito rotador.
O cálcio se acumula lentamente no tendão do ombro, o que faz com que leve vários meses até a tendinite calcária evoluir.
Nesse período, o paciente não sente dor. Posteriormente, na fase de reabsorção onde o depósito de cálcio será total ou parcialmente reabsorvido, surgem as dores intensas e desconfortos.
Já na fase aguda pode ocorrer uma dor intensa que irradia para o deltóide e, ao tocar o ombro, é possível identificar o ponto certo da dor.
Outros sintomas são limitações no movimento do ombro. Na fase crônica os sintomas são os mesmos da síndrome de impacto, ou seja, dor e dificuldade para executar os movimentos da articulação.
Não existe uma causa específica para que uma pessoa desenvolva tendinite calcária. Porém ela tem associação a casos de inflamação de tendinite que evoluiu para uma calcificação ou até mesmo quando a pessoa apresenta desequilíbrio no fluxo sanguíneo.
Pessoas que praticam esportes estilo overhead (mãos acima da cabeça) como por exemplo vôlei, treinos de musculação, natação e tênis, eles podem sofrer de múltiplos microtraumatismos no ombro, devido a movimentos excessivamente amplos, que em longo prazo, causam a tendinite calcária.
Hipertireoidismo também pode ser um fator que influencia diretamente o desenvolvimento da tendinite calcária, uma vez que o desequilíbrio hormonal causa diversas desordens no organismo.
Os principais sintomas da tendinite calcária são dores que variam de leves a intensas e inchaço no local.
O diagnóstico é feito em um primeiro momento durante a consulta com o ortopedista, onde ele irá analisar o histórico clínico do paciente bem como os sintomas apresentados.
Exames de imagem como radiografia do ombro em diferentes rotações para verificar o depósito de cálcio que já está formado.
Ultrassonografia e ressonância magnética podem ser necessárias para descartar a possibilidade de outras doenças.
O tratamento varia de acordo com a fase da calcificação e os sintomas do paciente, existem diversas opções disponíveis.
Analgésicos potentes e anti-inflamatórios são recomendados. Existem opções de infiltrações no ombro, ou seja, injeções com anestésicos locais e corticóides, permitindo alívio mais imediato da dor.
Um procedimento de lavagem da região, também conhecido como barbotagem, pode ser indicado pelo médico, com bons resultados no alívio da dor.
Em casos crônicos onde não houve a reabsorção pelo organismo, é necessário o tratamento cirúrgico para a retirada da calcificação. Essa cirurgia pode ser realizada através da artroscopia.
Por estar localizada dentro do tendão, o procedimento é delicado e demorado. Muitas vezes não é possível retirar toda a calcificação.
A recuperação é lenta e seguindo as recomendações médicas corretamente, o tempo total pode ser de até 4 meses.
Se você apresentar algum dos sintomas citados, procure um ortopedista e siga as orientações. Cuide-se!